quarta-feira, 13 de junho de 2012

Depoimento.



Sou o Paulo Farias, amigo da Ju.
Vim aqui hoje falar de mim, dela, de nós dois.
Eu conheci essa princesa sentado em um banco de hospital, me lembro até hoje como que aconteceu tudo, era outubro de 2011, nós dois esperava por uma consulta, eu estava gripado, acompanhado por meu irmão e conversando com ele sobre a mudança climática, reclamando da vida por não poder estar no trabalho analisando as centenas de contratos bancários das quais eu tinha que resolver porque estava doente, aborrecido porque ia ficar tudo para o outro dia. Ela me olhava disfarçadamente com os olhinhos vermelhos, sinal de quem talvez tinha chorado muito aquele dia, até hoje pergunto a ela se havia chorado mas ela não me responde, segurava a mão no peito tentando conter os batimentos cardíacos que estava muito acelerado.  Perguntei se estava tudo bem, me respondeu que sim. Com um jeito atrevido me perguntou por qual motivo eu estava ali, respondi que estava gripado e logo em seguida me fez as seguintes perguntas , deu febre? A garganta dói? Está com torce? Respondi que não, que estava só com uma dor de cabeça chata e coriza no nariz, me olhou e com uma resposta  petulante disse, então não vejo motivo para estar reclamando da vida e muito menos para estar aqui, você deveria estar fazendo o seu trabalho, você não está tão ruim que não possa trabalhar   e nem tão ruim para estar aqui, isso deve ser no máximo um resfriado.
Olhei pra ela e não tive resposta, que moça tão petulante e atrevida era aquela que eu acabava de me deparar dentro de um hospital e que se achava no direito de se meter na minha vida?! Era a Ju, uma menina doce que tinha uma lição de vida para me apresentar. Enquanto eu me preocupava com coisas banais, ela só se preocupava com uma coisa, ser feliz. Com a tentativa de me sentir por cima  perguntei o que ela também fazia ali. Me respondeu que sentia uma forte dor de cabeça, que o coração   batia muito acelerado lhe causando falta de ar durante toda a noite, me interessei em saber se estava acompanhada, disse que não, então me senti envergonhado por estar com uma simples gripe e precisar de meu irmão enquanto ela se sentia tão mal e estava ali sozinha. Dispensei meu irmão, disse que podia ir e voltamos a conversar. Entre conversas e mais conversas fui descobrindo o tamanho  da mulher que tinha por trás da pequena Ju. Ela sofria de uma doença rara, tão rara quanto a pessoa que ela é, e estava ali naquele hospital passando mal, com dor, abatida, depois de sofrer um baque dado por uma pessoa da qual jamais pensou que iria lhe fazer aquilo e assim como ela me disse: Aceitei algo que veio de tão longe para me deixar em uma sala de hospital". Os olhos dela se enxeram de lágrima, pensei que iria chorar. Mas não, ela não chorou. Deu um suspiro forte e me disse: Não pense que não vou chorar, pois quem me trouxe a essa situação, não merece um rio, muito menos minhas lágrimas que tem o valor de um oceano. E deu um sorriso envergonhado para mim.
Eu acabava de crer que eu estava conhecendo a mulher mais surpreendente que eu já tinha encontrado na vida, pensava comigo a todo instante quem era o ser tão idiota capaz de ter feito aquilo, quem conhecendo toda aquela dor ainda era capaz de ainda fazê-la sofrer, quem podia ter feito aquele sorriso tão lindo ser substituído por lágrimas?!
E fui conhecendo cada vez mais sobre ela e já precisava ficar perto, a profundeza do que ela me ensinava, eu sentia que com ela a minha vida ganharia um novo sentindo.
Com essa moça, eu aprendi a viver, a ver tudo de outra forma, percebi que tudo que eu tenho de material não vale a pena quando meu espiritual é pobre, que não é necessário eu passar por uma experiência de quase morte pra dá valor a vida. Que a gente deve conservar o amor, que as pessoas tem sentimento, que a fé move montanhas.
E quanto mais convivo com ela mas vejo que necessito dela, das palavras e de tudo que  tem para me ensinar. Um dia desses perguntei se não tinha pressa para ficar boa, de ver tudo isso acabar. Me respondeu que não, que não é preciso pressa pra poder alcançar a vitória e vencer, pois no caminho até a vitória se ganha muito, há detalhes a ser aprendidos, absorvidos, que todo preparo que a gente ganha pra vida não vem do ato de vencer e sim do caminho percorrido antes de chegar lá. Nunca esqueci dessa frase Ju, nunca mesmo, ainda ouço sua voz me dizendo ela e fiz questão de anotá-la em meu caderno e sempre olho cada vez que preciso buscar forças para continuar.
Essa semana falei com ela, a voz quase não saia, senti que estava triste mas faz de tudo pra não mostrar, perguntei se estava tudo bem, disse que sim e que só sentia muito pelo lúpus ainda levar muitas vidas, semana passada uma lúpica se foi e infelizmente mais uma se foi essa semana também, cada vez que recebo uma noticia dessas me dói na alma, pois a minha tão amada Ju tem lúpus.
Obrigada pelo que vem me ensinando, por me permitir fazer parte de sua vida, história e ser seu amigo. 
Te pedi permissão para vir escrever aqui, você me permitiu, ao ler o que lhe dediquei espero verdadeiramente que goste meu anjo.

Te amamos tanto pequena.
Te ofereço essa música.



8 comentários:

  1. Olá Ju,
    Menina vim dar um oi e
    vejo o depoimento do seu amigo Paulo.
    Li com a sensação de te conhecer, Ju há muito tempo e que nada você faria diferente.
    Agradeço ao Paulo por compartilhar esse momento e imagino o quanto ele é feliz por te-la por perto.
    Fico por aqui, desejando gotinhas de delicia e beijos. Que deus te proteja. Fé sempre.
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  2. Oi Juuuu,saudades tmb minha linda!
    Hoje postei o motivo de minha ausencia,vai lá de sua opinião!
    Bjus querida fique com Deus!

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  3. Parabéns amigo pela sua brilhante idéia e sensível depoimento, esta menina tem brilho no olho, tem luz na alma, ela cativa pelo q escreve e qdo experimentamos sua amizade como pessoa ela consegue levantar nossa emoção e mover nosso espírito, quer dizer a JÚ é iluminada, ela é um mimo de guria, qdo escreve, qdo fala e qdo olha, acoro estar com a Jú, mesmo nos seus dias mais sofridos ela ainda consegue deixar sua lição de vida a quem compartilha momentos de sua amizade, pra vc amigo e pra menina Jú, meu dileto carinho na certeza de q "DEUS" zela por ela e "NOSSA SENHORRA" acompanha-a em todos os momentos a menina do blog,vai do tio CASTANHA bjos, bjos e bjossssssssss

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  4. Oi Jú, Oi Paulo
    Passei para deixar um beijo pra voces.
    De quinta à domingo saio do RJ e vou
    para MG onde telefone é artigo de luxo
    imagina internet, computador...
    Mas como Deus escreve certo e quem
    entorta são os homens, eu vou nessa certeza
    que Deus ta escrevendo pra mim.
    Fiquem bem.
    beijos

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  5. Paulo meu amigo do coração, sempre tão carinhoso e educado... Obrigada por tamanha gentileza de sua parte... Veio até aqui para me dizer tuas palavras tão belas, não só as palavras não é mesmo, tuas atitudes comigo também são...Vai ficando meu carinho pra você, por tudo que tem feito por mim. Obrigada! Te amo meu amigo.
    Bandys: Obrigada por vi até aqui e deixar sua marquinha, seu carinho, tuas palavras tão queridas... E quanto a viagem espero que seja maravilhosa e não se preocupe viu, para tudo que nós escrevemos de coração há um preparo de Deus e ele está preparando tuas idéias para quando voltar você esteja com as melhores.
    Aninha: Obrigada minha linda e olha não esqueci da nosso trato não viu, quero te ver a mil, to contigo e não abro, conte comigo e qualquer coisa já sabe, é só chamar.
    Catanheira: Meu amigo poeta, Obrigada mas uma vez por vir até aqui, por não esquecer de mim, de não esquecer de deixar seu carinho, você também já foi vitima do meu atrevimento e de minha petulância né...rsrs. Mas foi sempre com as melhores das intenções, somente de ajudar.

    Obrigada pelo carinho de vocês.
    Beijinhos...da menina do blog!

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  6. Olá menina linda do blog,que bom ver que passou por aqui,espero que as borboletas apenas estejam esvoaçando de levezinho ao seu redor sem te machucarem. Já tinha passado e lido o relato do seu amigo Paulo e fiquei preocupada com você.Que bom ter alguém tão querido por perto né?E você Paulo, que sortudo em conhecer pessoalmente esta encantadora menina,te invejo sabe?rsrsrs.Eu aqui tão longe tenho a sensação de a conhecer desde sempre e tenho por ela um carinho imenso que agora é extensível a voçê. Cuide bem dessa heroína e me despeço na esperança que melhores dias virão.
    Beijos enormes para a minha doce Ju e um abração do tamanho do Mundo para o meu novo amigo Paulo.

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  7. Oi Ju,
    Passei só pra te desejar uma
    semana cheia de coisas boas.
    Vim te trazer um presente...
    Não repare o volume...
    Pois é pequenino...
    É uma pequena caixa...
    Bem bonita...
    Feita no pensamento pela imaginação...
    Foi grandiosamente decorada pelo desejo...
    E embalada pela gratidão...
    Nela coloquei...
    Aroma das flores...
    Um pedacinho do céu...
    Sorriso do meu coração...
    Um punhadinho da brisa da manhã...
    Uma pitadinha de luz...
    E uma linda canção...
    Coube também um abraço apertado...
    E um beijo na sua alma...

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  8. Passei para visitar a Ju, e me deparo com esse depoimento maravilhoso do Paulo, que até me fez chorar... tal como a Ju, eu também tenho Lupus. Tenho Lupus há 26 anos... O Lupus nos ensina a viver a vida no presente, sem planos. Não faz mal, afinal a vida se faz no presente. Também nos ensina a não ligar a pequenos problemas de saúde, pois com esses sabemos bem lidar. O Lupus nos ensina a viver com as nossas limitações, e eu quase já nem dou por elas. Aprendi a viver com a dor, pois como tenho problemas hepáticos não posso estar permanentemente a tomar anti-inflamatórios. Aprendi a andar ao ritmo do doença e consegui. Hoje, só faço o que posso. Que bom pra Ju ter um amigo como o Paulo.
    Beijinhos para os dois e as melhoras para a querida Ju.
    Com amizade
    Lita

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